O dia 19 de março, dia de São José, nosso amado Saint Germain, é um dia especial para aprendermos a compaixão.
Pratiquemos...
Até agora, cientificamente, pouco se sabia sobre o
potencial humano para cultivar a compaixão - o estado emocional de
importar-se com as pessoas que sofrem de modo a motivar o comportamento
altruísta.
Um novo estudo realizado por pesquisadores do Center
for Investigating Healthy Minds no Waisman Center da Universidade de
Wisconsin-Madison mostra que adultos podem ser treinados para serem mais
compassivoe. O relatório, publicado na revista online Psychological
Science, é o primeiro a investigar se o treinamento na compaixão em
adultos pode resultar em um comportamento altruísta maior e alterações
correspondentes nos sistemas neurais subjacentes à compaixão.
"A nossa questão fundamental foi: 'A compaixão pode
ser treinada e aprendida por adultos? Podemos nos tornar mais
compassivos se praticarmos essa propensão mental?'" diz Helen Weng, uma
estudante de pós-graduação em psicologia clínica e principal autora do
estudo. "Nossa evidência aponta que sim".
No estudo, os pesquisadores treinaram jovens adultos a
desenvolverem a
MEDITAÇÃO DA COMPAIXÃO, uma antiga técnica Budista para
aumentar os sentimentos de compaixão para com as pessoas que estão
sofrendo. Na meditação, os participantes visualizavam uma situação em
que alguém estivesse sofrendo e então praticavam desejando que o seu
sofrimento fosse aliviado. Eles repetiam frases para ajudá-los a
estimular os sentimentos de compaixão, como por exemplo: "Que você possa
estar livre do sofrimento. Que você possa ter alegria e paz."
Os participantes praticaram com diferentes tipos de
pessoas, começando primeiro com um ente querido, alguém com relação a
quem eles facilmente sentiriam compaixão como um amigo ou um membro da
família. Em seguida, praticaram compaixão para si mesmos e, em seguida,
um estranho. Finalmente, praticaram compaixão por alguém com quem eles
tivessem algum tipo de conflito, com a chamada "pessoa difícil", como um
colega de trabalho problemático ou um companheiro de quarto.
"É como se fosse um treinamento com pesos", diz Weng.
"Usando essa abordagem sistemática, descobrimos que as pessoas podem
realmente incrementar o seu 'músculo' da compaixão e responder ao
sofrimento dos outros com atenção e desejo de ajudar."
O grupo do treinamento na compaixão foi comparado a um
grupo de controle que aprendeu a reavaliação cognitiva, uma técnica na
qual as pessoas aprendem a reformular os seus pensamentos para sentir-se
menos negativas. Ambos grupos ouviram pela internet as instruções
guiadas durante 30 minutos por dia, durante duas semanas. "Queríamos
investigar se as pessoas poderiam começar a mudar os seus hábitos
emocionais em um período de tempo relativamente curto", diz Weng.
O estudo mostrou que os adultos aprendem a regular as suas emoções de modo a se dirigir às pessoas que sofrem com compaixão.
O verdadeiro teste se a compaixão pode ser treinada
era ver se as pessoas estariam mais dispostas a ser mais altruístas -
mesmo ajudando pessoas que nunca tivessem visto antes. A pesquisa testou
essa hipótese pedindo aos participantes para jogar um jogo no qual elas
teriam a oportunidade de gastar o seu próprio dinheiro para ajudar
alguém passando necessidade (o chamado "Jogo da Redistribuição"). Elas
jogaram o jogo através da Internet com dois jogadores anônimos, o
"ditador" e a "vítima". Elas observavam como o ditador compartilhava com
a vítima um valor injusto (apenas $ 1 de $ 10). Elas então decidiam
quanto gastariam do seu próprio dinheiro (do total de $ 5), a fim de
equilibrar a divisão injusta e redistribuir fundos do ditador para a
vítima.
"Descobrimos que as pessoas treinadas em compaixão
estavam mais propensas a gastar do seu próprio dinheiro para ajudar
alguém que foi tratado injustamente, do que aquelas que foram treinadas
em reavaliação cognitiva", disse Weng.
"Queríamos ver o que havia mudado nos cérebros das
pessoas que deram mais para alguém passando necessidade. Porque elas
agora estariam respondendo ao sofrimento de forma diferente?" perguntou
Weng. O estudo mediu as mudanças nas respostas do cérebro usando a
ressonância magnética funcional (fMRI), antes e após o treinamento. No
scanner de ressonância magnética os participantes viram imagens
retratando o sofrimento humano, como uma criança chorando, ou uma vítima
de queimadura, e geraram sentimentos de compaixão para com essas
pessoas empregando as habilidades que haviam praticado. O grupo de
controle foi exposto às mesmas imagens, pedindo-lhes que as
reformulassem em uma perspectiva mais positiva, como na reavaliação
cognitiva.
Os pesquisadores mediram quanto a atividade cerebral
tinha mudado desde o início até o final do treinamento, e descobriram
que as pessoas mais altruístas após o treinamento da compaixão foram as
que apresentaram o maior número de mudanças no cérebro ao ver o
sofrimento humano. Eles descobriram que a atividade aumentou no córtex
parietal inferior, uma região envolvida com a empatia e a compreensão
das outras pessoas. O treinamento na compaixão também aumentou a
atividade no córtex pré-frontal dorsolateral e o grau de comunicação
deste com o nucleus accumbens, a região do cérebro envolvida na
regulação da emoção e nas emoções positivas.
"As pessoas parecem que se tornam mais sensíveis ao
sofrimento das outras pessoas, sendo que isso é desafiante
emocionalmente. Elas aprendem a regular as suas emoções de modo a
enxergar o sofrimento das outras pessoas com compaixão e o desejo de
ajudar ao invés de se afastar", explica Weng.
"É uma espécie de musculação ... verificou-se que as
pessoas podem realmente desenvolver o seu 'músculo' da compaixão e
responder ao sofrimento dos outros com compaixão e o desejo de ajudar".
A compaixão, tal como habilidades físicas e
acadêmicas, parece ser algo que não é fixo, mas que pode ser melhorado
com o treinamento e a prática. "O fato que as alterações na função
cerebral foram observadas depois de apenas um total de sete horas de
treinamento é notável", explica Richard J. Davidson, professor de
psicologia e psiquiatria da Universidade de Wisconsin-Madison, fundador e
presidente do Center for Investigating Healthy Minds e autor sênior do
estudo.
"Há muitas aplicações possíveis deste tipo de
treinamento", diz Davidson. "O treinamento na compaixão e bondade nas
escolas pode ajudar as crianças a aprender a estar em sintonia com as
suas próprias emoções, bem como com as emoções dos outros, o que pode
diminuir o bullying. O treinamento na compaixão também podem beneficiar
as pessoas que enfrentam situações sociais difíceis, como ansiedade
social ou comportamento anti-social."
Weng também está animada como o treinamento na
compaixão pode ajudar a população em geral. "Estudamos os efeitos deste
treinamento com participantes saudáveis, o que demonstra que isso pode
ajudar a pessoa comum. Eu adoraria que mais pessoas tivessem acesso ao
treinamento e o experimentassem por uma ou duas semanas - quais mudanças
elas veriam nas suas próprias vidas?"
Ambos treinamentos na compaixão e na reavaliação
cognitiva estão disponíveis no website do Center for Investigating
Healthy Minds. "Penso que estamos apenas arranhando a superfície sobre
como a compaixão pode transformar a vida das pessoas", diz Weng.
Fonte e mais informações:
http://www.acessoaoinsight.net/arquivo_textos_theravada/meditacao_compaixao.php
http://www.news.wisc.edu/21811
http://pss.sagepub.com/content/early/2013/05/20/0956797612469537.abstract
http://www.news.wisc.edu/21811
http://pss.sagepub.com/content/early/2013/05/20/0956797612469537.abstract
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